Na tarde de sábado (19/01), Kim Dotcom anunciou o
retorno de seu serviço, que já teve problemas devido ao alto volume de
acessos.
São Paulo – “Em poucos anos, o Megaupload voltará ao ar”.
A promessa, feita no início de 2012 pelo fundador do serviço de
compartilhamento de arquivos Kim Dotcom, foi cumprida antes do previsto.
Na tarde deste sábado, Dotcom colocou no ar o Mega, seu novo
produto para hospedagem de arquivos na nuvem. O lançamento aconteceu
antes mesmo do anúncio oficial, que será realizado na mansão do
empresário em Auckland, Nova Zelândia, na madrugada deste domingo.
O diretor de arte da INFO, Rafael Costa, acompanha em Auckland a apresentação feita por Dotcom. Uma
sessão de fotos na casa do criador do serviço Megaupload e uma
entrevista exclusiva com Kim Dotcom serão publicadas na INFO de
fevereiro, única publicação brasileira a acompanhar a estreia do Mega na
Nova Zelândia.
O serviço é acessível no endereço http://mega.co.nz/.
Como antecipado por Kim Dotcom no Twitter, seu grande diferencial em
relação ao Megaupload é o sistema de criptografia. O recurso ‘tranca’ os
dados que o usuário armazena no serviço. Desse modo, só o próprio
usuário terá uma chave para abri-lo.
Dotcom, portanto, pode dizer que não consegue saber se o
arquivo armazenado é um vídeo com conteúdo protegido ou uma música com
copyright. E, mesmo que a justiça americana o obrigue a entregar os
dados, ele entregará arquivos criptografados, sem muita utilidade para
quem não detém a chave de abertura do arquivo, que ficará nas mãos
apenas de quem postou o arquivo.
Com a tecnologia, acredita Dotcom, juízes não poderão
processá-lo por armazenar dados piratas ou participar de quadrilhas
especializadas em pirataria. No passado, juízes americanos usaram
arquivos hospedados no Megaupload para sustentar as acusações de
pirataria que levaram ao fim do serviço.
Bastante espaço – O Mega oferece gratuitamente para
seus usuários 50 GB. O tamanho é bem superior ao oferecido pelos
concorrentes de maior sucesso, como o Google Drive e o Dropbox (que
oferecem, respectivamente, 5 GB e 2 GB de espaço de armazenamento).
Mas quem precisar de mais espaço, pode optar por um dos
serviços pagos, que custam entre 10 e 30 euros mensais (veja tabela
abaixo). Os preços são mais em conta que os concorrentes. Dotcom não
esconde o motivo para cobrar mais barato: ele quer retomar a liderança
no mercado de serviços de armazenamento em pouco tempo.
Planos | 500 GB | 2 TB | 4TB |
---|---|---|---|
Valor mensal | 10 euros | 20 euros | 30 euros |
Valor anual | 100 euros | 200 euros | 300 euros |
Limite de tráfego * | 1 TB | 4 TB | 8 TB |
* É a quantidade de dados que o usuário pode trocar com o serviço durante um mês nas operações de download e upload de arquivos
Filmes – Kim Dotcom fez o anúncio do início
da operação do Mega no Twitter, com uma provocação ao governo americano.
Ele escreveu: “Neste minuto, há um ano, Megaupload foi destruído pelo
governo americano. Seja bem-vindo Mega.co.nz”. Mas ela não foi a única.
Instantes depois, ele publicou um tuíte direcionado à Motion
Picture Association of America, entidade que cuida dos interesses dos
estúdios de filmes dos Estados Unidos. Na mensagem, ele disse: “Olhe
isso @MPAA. Vamos conversar! pic.twitter.com/9oM2C152”.
O link direciona o usuário para uma imagem que exibe um serviço de
filmes chamado Megamovie. O empresário tem um ressentimento com a
entidade porque ela defende a prisão dele e apoiou o fim do Megaupoad.
Dotcom não revelou mais detalhes, mas tudo indica que o
serviço pode ser uma espécie de concorrente do Netflix. O mistério pode
ser resolvido neste domingo – quando Dotcom fala ao mundo sobre o Mega e
seus projetos futuros.